Todos merecem alimentos reais. Por inerência, a comida real é boa comida, livre de toxinas, livre de contaminações cruzadas, livre de agentes terceiros que não adicionam absolutamente nada á nossa vida. Defendo que se consuma alimentos básicos, como vegetais, carnes, peixes e ovos. A questão é que mesmo os alimentos que assim o parecem ser, estão hoje contaminados com compostos e agentes químicos que persistem em minar a nossa saúde como um todo: física e psicológica.
Aliás, muitas das toxinas que ingerimos diariamente têm efeitos no médio longo prazo, e especialmente na cúpula menos visivel: o cérebro. A exposição a estes compostos revela mutações genéticas da cadeia do ADN, alterações de processos enzimáticos e digestivos, perturbações das normais funções cognitivas, especialmente aumentando as doenças do foro degenerativo como Alzheimer e Parkinson. Mesmo os compostos que nos dizem ser seguros-adoçantes derivados de sugar-alchools- afectam a barreira cerebral, e demosntram fortes impactos na regulação de hormonas básicas como a leptina e a consequente regulação do apetite.
Mesmo seguindo uma alimentação paleolitica/primal/ancestral, não nos vêmos livres destes “ingredientes”. Aliás, penso nos próximos tempos desenvolver uma campanha que alerte as insituições europeias de regulação alimentar e agrícola, com o sumo objectivo de fazer vigorar na lista de ingredientes dos alimentos os pesticidas, e agentes quimicos sintéticos utlilizados nas culturas alimentares e na produção de carne. Mas isso deixo para um outra altura, a ideia que aqui pretendo fazer sublinhar é que um estilo de vida ancestral cai para além do axioma “carne e vegetais”. Temos de nos preocupar com a qualidade daquilo que utilizamos como energia, e por isso a necessidade de se optarem por produções locais, sazonais e acima de tudo orgânicas, no sentido neutro da palavra: alimentos básicos, sem compostos químicos , que sejam por isso mais nutritivos, seguros e naturais. Se não tomamos medicamentos quando a solução está na comida, porque medicar a comida num primeiro momento? Apenas se altera a corrente de causalidade, mas o perigo reside no ciclo alimentar na mesma.
Sugiro que procurem-paulatinamente- a adopção de práticas enquanto consumidores que evitem a vossa exposição a estes agentes, ao mesmo tempo “votando com a carteira” nos alimentos e práticas naturais e tradicionais.
Deixo aqui uma lista, simples, que me ajuda mentalmente a fazer compras de produtos frescos:
- Se vem de outro país, deixo na prateleira. Excepção: alimentos que não são produzidos em Portugal de maneira nenhuma.
- Se está em promoção, pergunto porquê.
- Quando compra produção em grandes superfícies, optar pelos congelados. São mais frescos, são bem lavados logo após a colheita e por isso uma melhor opção que os frescos no expositor.
- Se vem embrulhado em plástico, só compro se não houver o mesmo produto sem invólucro.
- Minimizar a compra de produtos que efectivamente apresentem tabela nutricional e lista de ingredientes: são normalmente processados e não no bom sentido.
- Visitar o mercado local, fazer perguntas aos vendedores e tentar recolher informações sobre os alimentos, origens, técnicas de produção utilizadas, local da mesma.
- Rotacionar tanto os vegetais que como, como o local onde os adquiro: diminuir a exposição aos mesmos agentes quimicos repetidamente.
Incorrendo no erro de me estar a esquecer de alguma coisa, são estes os passos básicos que considero que deveremos ter em consideração para minimizar a nossa exposição aos aparentemente inevitáveis pesticidas, herbicidas e tratamentos hormonais que a cadeia de produção alimentar utiliza. Deixo ainda um recurso muito interessante sobre a quantidade de pesticidas, neurotoxinas e agentes com capacidade desreguladora e modeladora genética e hormonal que alguns alimentos apresentam. De referir que o recurso é americano, e por tal reflecte um mercado mais laxativo em termos de controlo destes compostos que o europeu, no entanto analisa também algumas amostras internacionais, pelo que não deveremos pensar que é uma realidade completamente alienígena.
Já sabe: Pensar global, COMPRAR local.
Óptimas dicas para a escolha de produtos. Apesar de também recorrer aos vegetais congelados, chatea-me na maior parte dos casos não ser possível saber o país de origem.
Quando não é possível optar sempre por produtos biológicos, há alguns para os quais se devia fazer um esforço: o Environmental Working Group compila uma lista dos 12 vegetais e frutas mais contaminados com pesticidas (a “dirty dozen” – portanto, aqueles que devíamos procurar em modo de produção biológico) e os 15 menos contaminados: http://static.foodnews.org/pdf/EWG-shoppers-guide.pdf
@Dinis:
A Dirty Dozen que referes é também uma excelente linha mestra de orientação. O meu grande problema com ela é mesmo derivar do mercado americano. O recurso que disponibilizei ainda assume que testou mostras internacionais, em grau diferente de acordo com o alimento, mas não sei se a dirty dozen refletirá o mercado europeu. Do ponto de vsita agrário, considero que existe um overlap e técnicas industrias entre a europa e os EUA, mas algumas delas ainda não são aplicadas em Portugal pelo atraso crónico e falta de meios, o que nestas temáticas não é tão mão assim. Que continuemos artesanais e tradicionais nas práticas agrícolas o mais que for possível.
Exacfo. E (felizmente?) algumas regulamentações em toda a UE são também mais apertadas do que nos Estados Unidos no que diz respeito ao uso de pesticidas e químicos.
Bom post!!!